Dólar inicia pregão com mercado reagindo à nova retaliação chinesa
11/04/2025
(Foto: Reprodução) A moeda norte-americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,8987. Já o principal índice da bolsa de valores teve queda de 1,13%, aos 126.355 pontos. Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (10), aos R$ 5,89, apesar de um pregão marcado por maior otimismo global após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuar do tarifaço contra mais de 180 países.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, fechou em queda, corrigindo parte da forte alta de ontem, quando o anúncio de Trump foi feito.
Após uma semana de caos nas bolsas de valores do mundo todo, com quedas expressivas em ações de empresas de todos os setores, Trump decidiu "pausar" o tarifaço, reduzindo as tarifas a 10% pelo prazo de 90 dias. Antes, as tarifas chegavam a até 50%.
🔎 O alívio nos mercados ocorre porque, com as tarifas nas alturas, especialistas dizem que a inflação pode acelerar com força nas maiores economia do mundo e gerar uma forte redução no comércio internacional e no consumo da população — o que pode impactar o mundo todo e levar a um período de recessão econômica.
Assim que a pausa foi anunciada, as bolsas de valores globais reagiram com fortes altas. Ontem, o Ibovespa registrou uma forte alta, de mais de 3%. As bolsas de Nova York tiveram altas históricas. Como estavam fechadas no momento do anúncio, as ações asiáticas e europeias reagiram bem nesta quinta-feira.
A China foi o único país que ficou de fora da pausa, por ter retaliado a política de tarifas recíprocas de Trump. Parte da tranquilidade dos mercados, inclusive, se deve ao fato de que não houve uma nova resposta à elevação das tarifas por Trump, que agora são de 145% sobre os produtos chineses.
Mas houve um recado: o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, afirmou que "lutaremos até o fim", acusou os EUA de sabotarem as regras do comércio internacional e disse que o governo de Trump só está conseguindo ganhar inimigos no mundo.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar fechou em alta de 0,92%, cotado a R$ 5,8987. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,08% na semana;
ganho de 3,38% no mês; e
perda de 4,55% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 2,54%, cotada a R$ 5,8452.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa fechou em queda de 1,13%, aos 126.355 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 2,61% na semana;
recuo de 4,86% no mês; e
ganho de 3,03% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 3,12%, aos 127.796 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O humor do mercado mudou completamente depois que o presidente dos EUA anunciou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.
O líder norte-americano anunciou que reduzirá para 10% as taxas recíprocas a países que não retaliaram a política de tarifas recíprocas, pelo prazo de 90 dias. A exceção foi a China, que teve as tarifas elevadas para 145%, conforme explicou a Casa Branca nesta quinta-feira (10).
"Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump.
Em seu pronunciamento, Trump falou em aumento de 125%, mas não esclareceu que seria em relação à taxa de 84% anunciada nesta semana. Ela se soma à tarifa de 20% relacionada ao fentanil e imposta anteriormente à China, completando os 145%.
No dia anterior, a China havia anunciado uma nova tarifa de 84% sobre os produtos americanos. Em duelo com os EUA desde o anúncio das tarifas recíprocas, a China disse que estava preparada para "revidar até o fim" contra o plano de Trump de reduzir as importações.
A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.