Mãe e filho são resgatados em estado de choque de situação violência e cárcere privado no Centro do Recife
18/04/2025
(Foto: Reprodução) Companheiro da vítima e pai da criança praticava violência física e psicológica. Polícia Militar fez operação de salvamento após receber denúncia e gravação com gritos e pedidos de socorro. Avenida Saturnino de Brito, no bairro do Cabanga, no Recife
Reprodução/Google Street View
A Polícia Militar de Pernambuco libertou um mulher de 30 anos e o filho, de três anos, que estavam em cárcere privado e sofriam violência doméstica, física e psicológica, do companheiro e pai da criança. A operação aconteceu no bairro do Cabanga, no Centro do Recife, na quinta-feira (17), e foi divulgada nesta sexta-feira (18).
Segundo a polícia, a movimentação para libertar a família começou na quarta (16), quando uma equipe do 16º Batalhão da Polícia Militar iniciou uma campana nas proximidades da casa, para observar a movimentação no local.
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Os policiais retornaram na quinta para fazer o resgate de mãe e filho. Ao entrarem no local, os agentes encontraram os dois em estado de choque.
O homem que mantinha os parentes em prisão domiciliar não estava na residência e é considerado foragido.
Como a polícia soube do caso
A denúncia sobre a situação das vítimas foi feita por uma mulher que é acompanhada pela patrulha Maria da Penha na localidade e que percebeu que a outra família estava passando por uma situação de violência.
“A patrulha Maria da Penha faz o acompanhamento de uma vítima de violência doméstica perto da residência e por isso ela tem o contato direto para pedir ajuda em caso de necessidade. Foi essa pessoa que percebeu que mãe e filho estavam numa situação difícil e acionou a patrulha, contando o que estava acontecendo”, explicou ao g1 a tenente Viviane Calado, do 16º Batalhão de Polícia Militar.
A tenente detalhou que, após receber a denúncia, os policiais verificaram o que estava acontecendo e depois tiveram acesso gravações em áudio que registravam choros, pedidos de socorro das vítimas, além de ameaças de homicídio e de suicídio. Foi então que retornaram ao local e realizaram o resgate.
“A própria mulher abriu a porta. Ela estava em estado de choque e o filho também. O homem não estava em casa e está sendo procurado pela polícia”, contou Viviane Calado.
Mãe e filho foram acolhidos pela equipe de resgate da patrulha Maria da Penha – que realizou a transferência da família para um abrigo temporário, onde ficarão até que seja concluída a transferência deles para outro estado, na região Sudeste – onde familiares das vítimas moram.
Patrulha Maria da Penha
A tenente Viviane Calado destacou que a Polícia Militar tem patrulhas especializadas, batizadas de Maria da Penha, que acompanham diversas mulheres que passaram por situação de violência doméstica e que possuem medidas protetivas concedidas pela Justiça.
Essas mulheres são acompanhadas de perto pelos agentes de segurança, que costumam realizar rondas e monitoramento regular, para evitar que os agressores descumpram proibição de aproximação e outras medidas de proteção às vítimas.
Além disso, elas também têm a possibilidade de contato direto com a patrulha do bairro, para poderem acionar mais rapidamente o socorro policial, em caso de necessidade. As patrulhas Maria da Penha são formadas por pelo menos três policiais, com a presença de no mínimo uma mulher.
“Foi o que aconteceu neste caso. Uma dessas vítimas percebeu que a conhecida estava passando pela situação de violência e ligou diretamente para a patrulha para denunciar. Mas se qualquer pessoa perceber situação semelhante, ou de agressão a mulheres, pode telefonar para o número 190 e denunciar, que a polícia segue para o local para verificar o fato”, detalhou Viviane Calado, explicando que os policiais que atuam na patrulha têm treinamento específico para lidar com questões que envolvem violência contra mulheres.
Como denunciar
Em Pernambuco, as denúncias de violência contra mulher podem ser feitas através do telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados;
A Polícia Militar pode ser contatada pelo 190, quando o crime estiver acontecendo;
Também é possível, no Grande Recife, fazer denúncias pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número (81) 3421-9595;
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, através de uma ligação gratuita para o número 0800.281.9455;
Outra opção é a Ouvidoria da Mulher de Pernambuco, que funciona pelo telefone 0800.281.8187;
Os endereços e telefones das Delegacias da Mulher podem ser consultados no site do TJPE.
Acolhimento de mulheres vítimas de violência
No Recife, mulheres vítimas de violência podem receber acolhimento, atendimento multidisciplinar e orientações de profissionais especializados nos locais listados a seguir (veja vídeo acima).
Centro de Referência Clarice Lispector: Rua Doutor Silva Ferreira, 122, Santo Amaro (atendimento 24 horas);
Serviço Especializado e Regionalizado (SER) Clarice Lispector: Avenida Recife, 700, Areias (atendimento de segunda a domingo, das 7h às 19h);
Salas da Mulher em cinco unidades do Compaz — Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), Ariano Suassuna (Cordeiro), Dom Hélder Câmara (Coque) e Paulo Freire (Ibura).
Além disso, existe um Plantão WhatsApp, com funcionamento 24 horas, no número (81) 99488-6138.
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